quinta-feira, 2 de abril de 2009

Empreendedores climáticos são chave para um futuro de baixo carbono

30 Mar 2009

Bonn, Alemanha – O WWF exorta os delegados que participam, em Bonn, das conversações da ONU sobre as questões climáticas, a encontrar novas maneiras de apoiar a nova categoria de empreendedores climáticos como a principal força motriz para alcançar, no futuro, uma economia de baixo carbono.

As novas pesquisas da rede ambientalista mundial WWF demonstram que as tecnologias inovadoras que já estão disponíveis podem, com um rápido crescimento, cortar centenas de milhões de toneladas de emissões de carbono.

Dois novos relatórios do WWF – entre os quais estão 17 estudos de caso em economias desenvolvidas como a da Suécia e em mercados emergentes como o da Índia – revelam o que funciona e o que não funciona quando se utiliza o poder da inovação para responder à necessidade de se enfrentar com rapidez os desafios das mudanças climáticas.

“Existe um potencial imenso de sucesso, tanto do ponto de vista climático quanto do de negócios, na utilização das inovações tecnológicas que aparecem. O que falta é remover os obstáculos para que empreendedores e organizações inovadoras alcancem uma comercialização exitosa e uma ampla difusão,” afirma Stefan Henningsson, diretor do Programa de Mudanças Climáticas do WWF-Suécia.

As novas formas de prover iluminação natural em grandes prédios, desenvolvidas oito anos atrás por um consultor de construção sueco em colaboração com um inovador, poderiam economizar o equivalente a cerca de 220 milhões de toneladas de emissões de CO2 por ano, assim como provocar uma grande economia nos gastos com energia elétrica.

Outro exemplo são os sistemas de produção e distribuição, em grande escala, de ar refrigerado para interiores, desenvolvidos por um inovador sueco e que são mais eficazes do que a tecnologia tradicional de refrigeração. Aumentando em 25% a refrigeração compartilhada de interiores no mercado europeu de refrigeração, seria possível cortar as emissões de CO2 em até 50 milhões de toneladas/ano.

Na Índia, uma empresa iniciou o fornecimento de iluminação com energia solar baseada em lâmpadas LED para a população rural pobre e hoje tem duas frentes de desenvolvimento que não prejudicam o clima. Exemplos como este mostram como os empreendedores sustentáveis, tanto os sociais quanto os que o fazem por negócio, podem moldar o futuro crescimento econômico.

“As empresas indianas que foram objeto do relatório do WWF evidenciam o incrível potencial que existe em alinhar as necessidades de um desenvolvimento sustentável com o valor econômico em países em desenvolvimento – e as soluções mundiais que podem resultar disso”, diz Henningsson.



Os estudos de caso na Suécia também identificaram os principais obstáculos ao desenvolvimento e ao uso em grande escala de novas tecnologias promissoras: um apoio grande e contínuo, direto e indireto, para a melhoria quantitativa de métodos já defasados de produção utilizados nas empresas de grande porte.

“Na política de planejamento e de investimentos públicos, existe uma tendência de se consultar principalmente ou somente os grandes da indústria e do mundo dos negócios e eles geralmente são a favor de soluções tradicionais,” observa Henningsson. “No entanto, as soluções tradicionais ou a melhoria de métodos antigos simplesmente não costumam ser suficientes para promover as transformações de mercado e as reduções de emissões que se fazem necessárias”. Ele conclui: “Até os sistemas que não discriminam contra idéias novas são insuficientes. Devemos aderir aos sistemas que buscam inovações de forma ativa.”

Um primeiro passo para melhorar o ambiente para as inovações seria ajustar o foco com a coordenação em alto escalão governamental para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. O WWF também propõe a criação de feiras do tipo “encontre tudo no mesmo lugar” para os empreendedores climáticos, onde as melhores idéias poderiam encontrar os recursos públicos e privados necessários à pesquisa, financiamento, comercialização e exportação.

Em nível internacional, a Rede WWF pede a criação de Programas de Ação Tecnológica no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), de forma a acelerar o desenvolvimento e a demonstração das novas tecnologias e melhorar a difusão das tecnologias sustentáveis já existentes.

“A maior parte das idéias já estão lá, sendo que algumas delas surgiram em países em desenvolvimento e outras em países industrializados. “O que falta são meios suficientemente eficazes para transformar essas idéias em soluções que funcionem, superando as lacunas e a rigidez dos nossos sistemas”.


Fonte: WWF Brasil

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